Entre as ações propostas no PMRR, destaca-se a preocupação dos profissionais que elaboraram o estudo para a remoção, mesmo que involuntária, das pessoas que residem nas áreas consideradas de risco. Quase seis anos após a finalização do documento, os locais apontados como críticos pelos estudiosos continuam praticamente com os mesmos problemas. Com um detalhe: a população não apenas deixou de ser removida, como outros moradores ocuparam as áreas.
Zona Norte
A área administrativa da zona Norte é, segundo o PMRR, a segunda região com o maior número de pontos considerados críticos – 19. Entre as comunidades que inspiram cuidados por parte das autoridades, o assentamento (o estudo refere-se aos espaços sempre com essa nomenclatura) África é um dos mais conhecidos.
Localizado nas proximidades da praia da Redinha, a comunidade faz divisa com o município de Extremoz. No local, há casas construídas em cima de dunas e a falta de drenagem e pavimentação resulta em ruas constantemente alagadas.
Alex RégisÁrea da Zona Norte tem 19 pontos considerados críticos pelo PMRR
A ocupação do território é feita de forma desordenada. Os próprios moradores abrem ruas e definem como o espaço é tomado. Na manhã da última quinta-feira, dia 19, a reportagem flagrou um exemplo de como os moradores impõem construções sem o mínimo de ordenamento.
O comerciante Rinaldo de Oliveira, 48 anos e a dona de casa Maria Sabino, 39 anos, contavam com a ajuda do filho para transportar material de construção até a rua onde a família mora. Eles explicaram que estavam “ajeitando a rua”. Na verdade, os moradores jogavam metralha em cima da duna onde a casa foi construída. “Nenhuma autoridade vem aqui nos ajudar, por isso resolvemos colocar esse material na porta de casa. É para que os veículos possam subir aqui. Na areia, eles atolam”, explicou.
A zona Leste de Natal possui 19 áreas que precisam de atenção especial. Entre essas áreas demarcadas está o assentamento África.
O PMRR indica, entre outras, as seguintes intervenções no local:
- serviços de limpeza de entulho e lixo;
- implantar pavimentação com calçamento em boa parte das ruas de terra que cortam o assentamento, juntamente com sistema de drenagem superficial para solucionar os problemas de alagamentos decorrente das chuvas.;
- nos terrenos desnudos, deve ser implantada uma proteção superficial vegetal (gramíneas) ou biomanta para contenção dos processos erosivos e de deslizamento de dunas;.
- implantação de estruturas de contenção localizadas nas áreas de maior declividade na porção oeste do assentamento, onde as moradias sofrem com os deslizamentos de duna;
- monitoramento semestral das áreas com intervenção.
465 é o número de famílias mobilizadas com as intervenções;
3.393 é o total de obras de micro-drenagem e proteção superficial;
R$ 3.161.752,48 é o investimento necessário para as obras e ações.
Fonte: Tribuna do Norte